Sobrevivi ao dia dos namorados!
Mas passei um frio terrível, penso que deve ter sido a noite mais fria deste ano!
Meus pés congelaram. Não por falta de coberta ou edredon. Nem por falta de meias, calças, blusas, tocas, luvas. Tudo no plural. Não sei bem o motivo, mas meu quarto estava tão frio, tão frio... e foi assim que dormi. Não tinha como levantar e pegar outro cobertor, porque não queria desarrumar meu ninho, já tinha me acomodado entre as cobertas e levantar naquele momento seria meu fim. Então, o jeito foi encontrar uma boa posição, me entender com o travesseiro e me render aos sonhos. O bom do frio é poder estender o sono sem se sentir culpada. Um dos melhores prazeres em vida é dormir bem e no frio você dorme bem, fica mais tranquila. Não existe aquela necessidade de precisar sair para fazer algumas coisas que no verão você faria com muita praticidade ou se pronunciaria em fazer. Me parece que as coisas não são assim, tão emergenciais ou “que nada é pra já”. Em contra partida, o frio é emergencial. Ele não chega sorrateiramente, como de repente uma manhã de verão. Ele chega literalmente arrepiando seu dia. Entrando pelos poros. Mostrando que você é igual a qualquer um.
O interessante das estações é que elas apontam (ainda que você não perceba) que você faz parte deste todo. Ainda que você entre em seu carro, esteja “protegido” de todos os males, ainda que tenha um guarda chuva, luvas, botas, aquecedor, ar condicionado, ou seja, tudo o que o homem faz para se precaver e se sentir poderoso por “driblar” as ações do clima, ainda assim, a natureza impera e em um momento ou outro, você estará preso no trânsito por conta de uma enchente, ou preso em uma padaria por conta de um alagamento, ou pego de surpresa em um dia tipicamente paulistano: com sol, chuva e frio, ou tomando aquele maravilhoso sol, quando você não gostaria que ele fosse tão forte. A natureza é assim. Me questiono se seria ela a causadora de alguns dos problemas que não gostamos de assumir...
No dia seguinte, fui caminhar no Parque Rizzo. Foi bom. O vento. Escalar a montanha. Sentir a luz do sol avermelhada quando fechei os olhos. O vento no alto da montanha... Sem falar no cheiro das árvores, de mato, mesmo. Um pequeno, muito pequeno espaço verde, longe da minha casa. Fiquei pensando que cada vez existem menos espaços verdes como aquele.
Passei frio lá também... Era a natureza, ainda que alterada, sussurrando através do vento.
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